A Secretaria estadual da Saúde, através da Vigilância Sanitária Estadual, realiza na próxima quinta e sexta-feira (23 e 24/10) o “I Seminário Estadual de Controle de Infecção Hospitalar”. A abertura oficial do evento acontecerá no auditório do Lúxor Hotel, às 19h30. O médico infectologista Leandro Queiroz Santi, que é consultor da Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, foi convidado para apresentar a conferência da noite, que trata sobre o tema “Controle de Infecção Hospitalar no Brasil em 2003”. Durante o dia seguinte, outros assuntos relacionados ao tema do seminário serão discutidos, como a questão da legislação, o modelo brasileiro de infecção e Epidemiologia Hospitalar, e as infecções em UTI. Essa discussão visa melhorar o controle das infecções hospitalares no Piauí, para que seja implantando um Programa efetivo de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares, evitando assim 32% a 50% destas infecções, através da melhoria da qualidade das internações nos hospitais do Estado, o que, certamente, beneficia os usuários desses estabelecimentos de saúde. A finalidade maior do evento é divulgar a constituição da Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar, que irá desenvolver ações para evitar riscos significativos à saúde dos usuários dos hospitais. Essa comissão será composta por membros dos conselhos de medicina, enfermagem, farmácia e nutrição, representantes de hospitais públicos, pela diretora da Vigilância Sanitária Estadual, e por um médico infectologista da Visa. A estruturação das Comissões Estaduais de Controle Grandes tem obtido grandes avanços no Controle das Infecções Hospitalares no Brasil. Mas, de acordo com os resultados atualizados da Pesquisa Nacional sobre Infecção Hospitalar, feita em parceria com a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, para avaliar a situação do controle de infecção nos hospitais brasileiros e subsidiar o aperfeiçoamento de estratégias de prevenção e investigação das infecções, esse instrumento não está sendo utilizado adequadamente. Os resultados mostraram que 76,1% dos hospitais têm comissão de controle de infecção formalmente nomeada e apenas 3% deles não realizam vigilância epidemiológica das infecções, o que pode dificultar a investigação dos casos e a adoção de medidas corretivas. Dentre os 72,6% que investigam os casos de infecção, 81,3% utilizam como método a busca ativa dos casos, processo de detecção recomendado pelo Ministério da Saúde. Esse estudo envolveu 60% (4.104) dos hospitais brasileiros em todos os estados do país. Apesar da comissão estadual ainda não está instalada, funciona desde o ano de 1997, no Piauí, o Programa de Controle de Infecção Hospitalar, que é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Para execução desse programa, os hospitais constituem a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, composta por profissionais da área de saúde, de nível superior. Esse órgão presta uma assessoria à direção do hospital e executar as ações de controle de infecção hospitalar, mas no Piauí, apesar de todos os grandes hospitais da capital ter instalado essa comissão, ela não funciona a contento, o que dificulta a consolidação dos dados sobre infecção hospitalar no Estado. O funcionamento dessa comissão está previsto na lei nº 9.431, de 06 de janeiro, assinada em 1997 pelo então presidente da Republica. Ela dispõe sobre a obrigatoriedade da manutenção de programa de controle de infecções hospitalares pelos hospitais do país, para redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares. A portaria nº 2.616 do Ministério da Saúde, assinada em 12 de maio de 1998, também determina a obrigatoriedade da manutenção pelos hospitais do país, de programa de controle de infecção hospitalar. SAIBA MAIS SOBRE INFECÇÃO HOSPITALAR: Denomina-se infecção hospitalar qualquer tipo de infecção aguda adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar, como, por exemplo, uma cirurgia. Qualquer pessoa que é obrigada a internar-se em ambiente hospitalar para tratamento médico está sujeita a contrair uma infecção hospitalar, mas as pessoas que precisam passam por procedimentos cirúrgicos correm mais riscos de contrair infecção, uma vez que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) ou centros cirúrgicos são locais onde há mais chances de contrair infecção. Os problemas mais comuns no Brasil que estão relacionados à causa de infecção hospitalar são os seguintes: falta de material, água contaminada, suporte microbiológico inadequado, manutenção inadequada de equipamentos hospitalares, educação ineficiente, barreiras culturais e sociais da população e no próprio ambiente hospitalar, além das decisões políticas. Nos países de primeiro mundo, como os E.U.A, cerca de 3 a 6% dos pacientes hospitalizados têm infecção hospitalares, e no Brasil esse índice é ainda maior, chega a 15%, quando o normal é em torno de 5% a 6%. Em relação ao Piauí, não existem estudos recentes que demonstram esse índice, até porque as comissões de Controle de Infecção Hospitalar que foram organizadas nos hospitais não funcionam a contento para transmitir essas informações. PROGRAMAÇÃO DO SEMINÁRIO: Dia 23/10/03 (Quinta-feira) 19h30-Abertura Oficial 20h00-Constituição da Comissão Estadual de Controle de Infecção Hospitalar 20h30-Conferência-“Controle de Infecção Hospitalar no Brasil, em 2003” Leandro Queiroz Santi, que é consultor da Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 21h30-Coquetel Dia 24/10/03 (Sexta-feira) 8h30 às 9h30- Palestra “Legislação RDC 33” Dra. Regina Maria Gonçalves Barcelos-gerente da Infra-estrutura em Serviços de Saúde 9h30 às 10h00 Intervalo 10h00 às 11h00 Enfoques Estratégias Para Controle de Antimicrobianos e Perspectivas de novas Drogas- Dra. Adélia Marçal (Brasília) Controle de Antimicrobianos Experiência no Piauí-Dra. Miranizia Gonçalves Honório (IDTN-Pi) 11h00-Debate 14h30 às 15h20 Conferência “O Modelo Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar” Conferencista: Dr. Leandro Queiroz Santi (Anvisa-DF) 15h20 Intervalo 15h40 às 16h50 Mesa Redonda “Infecções em UTI” Presidente-Dr Bruno Figueiredo (Sesapi-Pi) Moderadora- Dr. Leandro Queiroz (Anvisa-DF) Pneumonias Relacionadas à Ventilação Mecânica Dr. Flávio Vasconcelos Melo (HTI Piauí) Infecções Relacionadas a cateteres Dr. Jairo Tadeu Paiva Vasconcelos (SPCC-Pi) Infecções em UTI Pediatria Dr. Carlos Roberto Neiva (HILP Piauí)