Depois da Educação e da Assistência Social, agora é a vez da Saúde trabalhar para contribuir para a erradicação do trabalho infantil. No Piauí, a Secretaria Estadual de Saúde, através do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Cerest, está realizando, em parceria com o Ministério da Saúde e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, o Curso de Sensibilização para Atenção Integral a Criança e Adolescentes Economicamente Ativos, que acontece até a próxima quarta-feira (18 de abril), no Cerest. Através do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente e do Programa de Saúde do Trabalhador Adolescente, da Universidade do Rio de Janeiro, o curso tem como público alvo, profissionais de saúde e da rede intersetorial, como: Educação, Serviço Social, Ministério Público e DRTs. “Esse é um momento inédito na história do nosso país no que diz respeito à erradicação do trabalho infantil e a construção do trabalho protegido para o adolescente. Ao longo do tempo muitos setores como a Educação e Assistência Social estão se mobilizando para dar sua contribuição para essa questão. Esse é o momento do setor Saúde”, explica Carmem Raymundo, assistente social da Universidade do Rio de Janeiro. Ela explica que através da Portaria 777, do Ministério da Saúde, que fez com que acidentes de trabalhos ocorridos com adolescentes fossem eventos passíveis de notificação compulsória, o setor Saúde pode se organizar para essa finalidade. “Com essa portaria, o SUS agora pode ajudar a identificar crianças e adolescentes trabalhadores e fazer as ações necessárias para a prevenção do trabalho infantil e os agravos prejudicados pelo trabalho”, ressalta Carmem. O Curso de Sensibilização tem como objetivo de divulgar a diretriz para atendimento de crianças e adolescentes trabalhadores pelo Sistema Único de Saúde. “Nosso objetivo é divulgar uma proposta de fluxograma de atendimento, além de chamar o setor Saúde junto com a rede intersetorial para organizar a sua contribuição para luta da erradicação do trabalho infantil. Nesse momento estamos fazendo esse trabalho no Estado do Piauí, mas é um trabalho que vem sendo feito no Brasil todo”, destaca Carmem Raymundo. No Brasil existem 7,7 milhões de crianças e adolescentes trabalhadores. Embora esse número venha diminuindo a partir dos esforços e programas que vêm sendo criados, o número ainda é considerado muito alto. Para aperfeiçoar os trabalhos, os Cerests em todo Brasil estão sendo pólos irradiadores dos trabalhos e ações nos Estados.