No mês em que ó comemorado o Dia Internacional da Mulher, um dado não muito agradável vem à tona. Ao longo de 20 anos, o número de casos de mulheres infectadas pelo vírus HIV vem aumentando. Se em 1986 a proporção de mulheres infectadas era de 1 caso para cada 26,5 casos em homens, hoje essa proporção é de 1,5 casos em homens para 1 caso em mulher. A atual situação fez com que o Governo Federal celebrasse o Dia Internacional da Mulher com o lançamento ontem do Plano de Enfrentamento da Feminização da Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s), juntamente com a Campanha de Prevenção das DST/AIDS nos Jogos Pan-americanos Rio 2007. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Saúde, Agenor Álvares, participaram da cerimônia na Cidade do Samba, no Rio de Janeiro. Atletas, paratletas brasileiras e mulheres que se destacaram na luta contra a aids receberam homenagens. Ao lançar o Plano de Enfrentamento da Feminização da Epidemia das DST e Aids, o Governo Federal quis sensibilizar a população para o fato de que a epidemia de AIDS mudou seu perfil, concentrando-se também entre as mulheres. De acordo com a coordenadora de DST/AIDS da Secretaria Estadual de Saúde, Mônica Barjud, o plano é uma resposta ao crescimento de 44% na infecção por HIV entre mulheres no período de 1995 a 2005. “O principal objetivo é reduzir as vulnerabilidades das mulheres em relação ao HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis”, diz. O plano, segundo a coordenadora, tem como metas, dentre outras, dobrar o percentual de mulheres que realizaram testes anti-HIV (de 35% para 70%) e reduzir a transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê) de 4% para menos de 1% até 2008. De acordo com Mônica, uma das formas de se conseguir alcançar essas metas, no caso da transmissão vertical, é investir em atenção básica, com os profissionais incentivando as mulheres a realizarem o teste pré-natal. Além disso, outra maneira de trabalhar no combate da transmissão vertical do vírus pode ser feita através do teste rápido para diagnóstico. “O teste já é feito como triagem e agora queremos implantá-lo como diagnostico, pois através dele conseguiremos adotar medidas de profilaxia, evitando a contaminação do bebê”, ressalta. Neste sentido, a Secretaria Estadual da Saúde, através da Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis, realizou no final da semana passada um treinamento para a implantação do Teste Rápido como diagnóstico em maternidades, unidades básicas de saúde e centros de testagem e aconselhamento (CTA). O evento contou com a presença de representantes do Ministério da Saúde, da coordenação de DST/AIDS da Sesapi, da Fundação Municipal de Saúde, do Instituto de Doenças Tropicais Nathan Portela, de maternidades do Estado e de todos os CTA’s. Números no Estado Em 1986 não houve registro de casos de AIDS em mulheres no Estado do Piauí. Já em 2006, o estado registra um total de 75 casos em mulheres de um total de 226 casos. No entanto, o maior número de casos no sexo feminino foi registrado no ano de 2004, quando foram notificados 85 casos.