Secretários estaduais de saúde e 34 prefeitos de todo Brasil estiveram reunidos ontem, 08, com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no Hotel San Marco, em Brasília, para discutir a prevenção da dengue, as coberturas vacinais, as prioridades da Política Nacional de Promoção à Saúde e a cobertura do Sistema de Informações de Mortalidades (SIM) do SUS, afetada pelos inúmeros cemitérios clandestinos existentes em todo país. No caso da dengue, há uma característica marcante de sazonalidade da doença no Brasil, com cerca de 65% dos casos no período de janeiro a maio. Na região Nordeste, cujo clima é diferenciado de estado para estado, a incidência da dengue não obedece ao período acima citado. “O Governo Federal está atento às grandes epidemias nos estados nordestinos e, para isso não aconteça o Ministério da Saúde está monitorando os municípios que apresentam maior risco de surtos, com o objetivos de detectar precocemente sinais de intensificação da transmissão e apoiar os entes federados e municípios em ações de controle da doença”, disse o Ministro Temporão. Até o último dia do mês de abril deste ano, foram notificados mais de 202 mil casos, dos quais 34 óbitos. Dezoito estados apresentam aumento no número de casos de dengue, dentre eles o Piauí, mas as maiores incidências estão no estado de Mato Grosso do Sul, particularmente em Campo Grande. Houve, portanto um acréscimo em 2007 em relação ao mesmo período do ano passado. “Nós estamos atentos no Piauí para evitar um aumento da incidência de casos, para isso, hoje, 09, estaremos eu e o governador Wellington Dias com o ministro da Saúde para tratar deste e de outros assuntos”, argumentou Assis Carvalho. No que diz respeito às coberturas vacinais, a região Nordeste não alcançou as metas de coberturas desejadas para a vacina tetravalente e para a vacina contra hepatite B nos anos de 2005 e 2006 em pelo menos 70% dos municípios por unidade federada. No entanto, no ano passado a meta foi atingida em toda a região para as vacinas tetravalente, tríplice viral e contra a poliomielite. As coberturas vacinais apresentam excelentes resultados. Em todo o país, apenas 176 dos mais de cinco mil municípios apresentaram cobertura inferior a 70% da população de 60 anos e mais de idade. Quanto ao SIM a cobertura tem aumentado ao longo dos últimos anos chegando a 90% em 2004. Porém, a cobertura dos óbitos de menores de um ano é menos ainda, dificultando o cálculo da mortalidade infantil, importante indicador de saúde. Um dos entraves que afeta a cobertura do SIM é a existência de inúmeros cemitérios clandestinos nos municípios da região Nordeste. Nesses lugares, afirma as autoridades de saúde, são enterradas pessoas sem documentação, adultos, idosos e principalmente crianças, sem cumprimento de exigências legais.