Em 15 anos, quase que a totalidade dos casos de Dengue devem acontecer em crianças. Esta afirmação foi feita ontem, 13, no auditório da Facime, pelo infectologista e professor da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio, que veio ao Piauí a serviço do Ministério da Saúde para tratar com médicos e profissionais da área sobre como melhorar o atendimento de pacientes com Dengue. As crianças vão continuar sendo as principais vítimas da dengue hemorrágica e os casos ficarão mais graves com o passar dos anos. Houve um aumento acentuado dos casos de Dengue em crianças, principalmente nos estados do Maranhão e do Piauí. Antes os adultos eram as principais vítimas. Segundo Rivaldo Venâncio, isso se deve a dois fatores: a mudança da faixa etária e o aumento da gravidade dos casos. “Esses fatos mudam a logística em relação a doença”, afirma, Rivaldo Venâncio. As crianças vão continuar sendo as principais vítimas da dengue hemorrágica e os casos ficarão mais graves com o passar dos anos. De acordo com o infectologista, as causas ainda são objeto de pesquisa, mas essa é, comprovadamente uma tendência nacional. Ele cita o exemplo de Mato Grosso do Sul, onde este ano foram registrados, somente na capital Campo Grande, 45 mil casos de dengue, com registro de 400 casos graves e duas mortes comprovadas. No total, o estado registrou até agora, 70 mil casos. “Podemos considerar que este foi um dos maiores surtos de Dengue no Brasil”, A ocorrência de formas diferenciadas de sintomas da doença e a freqüência cada vez maior de óbitos têm preocupado as autoridades. A letalidade da dengue hemorrágica na capital tem registrado um percentual em torno de 40%, enquanto o índice aceitado pelo Ministério da Saúde é de 5%. No estado esse índice fica em 32%. A solução para o infectologista é organizar melhor o fluxo de pacientes na tentativa de identificar de forma mais imediata os casos potencialmente mais graves. “Principalmente ao lidar com crianças, é preciso que os profissionais observem os detalhes, e para os pais deixamos o alerta de que assim que aparecerem os primeiros sintomas que a criança seja levada ao posto de saúde mais próximo”, alerta Venâncio.