Uma saúde de ferro e disposição para dar e vender. Há trinta e um anos trabalhando na Ceasa, Raimundo Alves dos Santos, de 74 anos, viu a Central nascer e crescer e sempre se orgulhou de nunca ter perdido o pique para o trabalho. A dor nas costas para ele é normal, fruto da idade e do trabalho de todo dia; carregar, selecionar e arrumar as bananas que vende na Ceasa. Nesta sexta-feira, seu Raimundo foi surpreendido com a noticia de que estava apresentando pressão alta. Também descobriu que problemas como as dores nas costas, ainda na sua idade, pode sim ser evitada com procedimentos simples de alongamento e postura durante o trabalho. Foi esse entre outros serviços que a Vigilância Sanitária do Estado e o Centro Estadual de Saúde do Trabalhador prestaram hoje na casa. Essas são apenas algumas das ações que devem culminar na criação, pela administração da Central, de um certificado de qualidade, que será ser garantido aos boxes que se adequarem às normas de Vigilância Sanitária e trabalhem contra os agravos na saúde de seus trabalhadores. No começo da manhã, a equipe composta por inspetores sanitários visitou os boxes, conversou com os comerciantes, orientou sobre noções de higiene e como fazer para melhor manipular e armazenar os alimentos. “Nossa idéia é fazer um trabalho continuado, especialmente de educação e orientação. Não queremos punir ninguém, mas integrar todos com o objetivo dar uma cara nova a Ceasa. Inicialmente vamos fazer um disgnóstico geral, ver o que pode ser colocado em prática imediatamente”, disse Vânia Alves, inspetora da Vigilância Sanitária. Depois das visitas, os comerciantes se reuniram para conhecer o trabalho de um lugar que deve começar a ser a extensão do seu trabalho, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Cerest. Além de medir pressão, receber orientações de alimentação, fazer exame de glicemia e uma entrevista geral sobre as condições de saúde no ambiente de trabalho, eles ainda conheceram técnicas de postura que facilitam a vida. Um desses trabalhadores foi o seu Raimundo, que descobriu que pode trabalhar sem sentir dores. “Eu pensava que era normal, mas agora to vendo que basta ter cuidados bem simples”, disse o comerciante. Entre as orientações repassadas pela fisioterapeuta do Cerest estão técnicas mais seguras de transporte de carga, como manusear peso, como evitar problemas nas articulações, entre outros. “Ensinamos alguns alongamentos simples que podem tornar o trabalho mais agradável, também é importante sempre manter uma boa postura, mudando as posições”, disse Paula Rocha. Para a diretora-presidente da Ceasa, Lucile Moura, a hora é de conhecer o as condições gerais e específicas de trabalho na Central para tratar cada um dos pontos com o objetivo de fazer com que a Ceasa tenha um padrão de qualidade que a torne competitivo economicamente, ao mesmo tempo em que seus trabalhadores também possam ter uma melhor qualidade de vida. “Nossa idéia é em breve certificar cada box da Ceasa, trabalhando dentro de um padrão de qualidade que deverá ser pautado dentro dos critérios da Vigilância Sanitária. Por outro lado, também queremos garantir ao trabalhador uma qualidade de vida maior. Já temos médicos regularmente, serviço odontológico em breve. Precisamos mapear os riscos de cada trabalho e vamos fazer isso com parceria do Cerest para que todos os trabalhadores possam receber o acompanhamento que for necessário”, garantiu Lucile. Para isso, o trabalho será realizado de forma conjunta e continuada. “A parceria entre Ceasa, Vigilância sanitária, Lacen e Cerest vai continuar e em breve vamos poder ter uma Ceasa mais competitiva economicamente e trabalhadores mais saudáveis”, ressaltou a diretora.