Zelmar Alves percorreu 448 quilômetros de Passos Bons no Maranhão, em busca de atendimento, que somente encontrou no Hospital Getúlio Vargas. Zelmar está internado desde o dia 14 de abril e já realizou cinco cirurgias. Ele foi vítima de um acidente de motocicleta que o deixou com fratura exposta no braço direito. Segundo ele, os médicos em Imperatriz (MA) disseram que o caso somente seria resolvido no HGV. Assim como Zelmar, existem dezenas internados no HGV aguardando por um procedimento cirúrgico ortopédico. Segundo o diretor geral, Noé Fortes, o Getúlio Vargas é o único hospital na área de ortopedia que atende pelo Sistema Único de Saúde, sendo assim referência para o Norte e Nordeste. Antes da paralisação dos anestesiologistas, eram realizadas cerca de 800 cirurgias por mês no Centro Cirúrgico Geral, uma média de 35 a 40 cirurgias diárias. Mesmo no período da paralisação, que terminou na semana passada, ainda foram realizadas 170 cirurgias. Antônio Alves dos Santos, sofreu uma queda em Codó (MA), foi transferido para Teresina, pois somente o HGV possui equipamentos, profissionais e centro cirúrgico adequado para realizar o tipo de cirurgia que ele necessita. Antônio Alves recebeu com alegria a notícia do fim da paralisação dos anestesiologista. “Agora vou poder voltar para casa”, disse aliviado. As cirurgias eletivas recomeçam nesta segunda-feira, 02. O mesmo problema enfrenta Adão Raulino da Silva, proveniente de Canto do Burirti. Ele está internado na enfermaria 103 da Clínica Ortopédica do HGV. Adão precisa de uma cirurgia da coluna que somente o HGV realiza. “Lá não têm, lá é pobre, aqui é que resolve tudo”, responde Adão quando indagado sobre porque veio para o HGV. Raimunda Teresa veio de Piracuruca com uma fratura no fêmur e reforça o que diz os colegas da enfermaria. “Lá em Piracuruca não tem ortopedista, por isso a gente vem para cá”. Segundo o chefe do Serviço de Traumatologia do HGV, Joel Campos, num raio de 400 quilômetros somente o HGV realiza procedimentos em alta complexidade na área de ortopedia. Ele explica que, por ser o único hospital a realizar tais procedimentos, a demanda é muito grande. “No Ambulatório, atendemos uma média de 500 pacientes por mês”, encerra.