O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assinou, hoje (04), em Brasília (DF), acordo com o laboratório Abbott que reduz em 29,5% o preço da nova apresentação, em comprimido, do anti-retroviral Lopinavir/ritonavir, conhecido como Kaletra. A versão anterior do medicamento era em cápsulas. A previsão de redução de gastos, no primeiro ano do acordo, é de cerca de US$ 11,4 milhões. A aquisição do novo comprimido tem como vantagem o fato de não precisar ser armazenado em geladeira. Além disso, a nova apresentação permite ao paciente diminuir o número de doses diárias, substituindo a ingestão de seis cápsulas por dia, para quatro comprimidos. O preço de cada comprimido, previsto no acordo realizado em 2005, seria de US$ 1,04, a partir da primeira compra, prevista para este ano. Com a assinatura do acordo, este valor passa para US$ 0,73 até o fim de 2007. Em 2008, a unidade custará US$ 0,68, reduzindo para US$ 1 mil o custo do tratamento anual de cada paciente. A nova apresentação do Kaletra ainda não havia sido incorporada ao conjunto de medicamentos usados no tratamento da Aids, conhecido como coquetel. A distribuição deve começar em setembro. Até lá, há estoques de cápsulas do medicamento, que garantem o abastecimento em todo o país. A partir de setembro, será utilizado apenas o Kaletra em comprimido, para o tratamento de adultos. Durante a solenidade de assinatura do acordo, o Ministro José Gomes Temporão destacou a importância da negociação. “Este novo acordo reforça mais uma vez o que o governo brasileiro e eu vínhamos dizendo: estamos sempre dispostos a negociar com os laboratórios farmacêuticos, desde que as propostas apresentadas atendam os interesses nacionais”. Em uso no Brasil desde 2002, o Lopinavir/ritonavir é o segundo anti-retroviral importado mais consumido no País, depois do Efavirenz. Estima-se que 31 mil pacientes adultos e 1.200 crianças estejam usando o medicamento até o fim de 2007. Histórico Em 24 de junho de 2005, o governo brasileiro declarou interesse público do anti-retroviral Lopinavir/ritonavir (Kaletra) e ameaçou adotar o licenciamento compulsório do medicamento, caso o produtor não atendesse às condições apresentadas para a garantia da sustentabilidade do Programa Nacional DST e Aids. Depois de quatro meses de negociação, foi fechado o acordo que garantiu redução de 47% no preço do medicamento, que passou de US$ 1,17 para US$ 0,63, a cápsula. Fonte: Ministério da Saúde