Eles recebem pouco ou nenhuma atenção da população, mas podem comprometer a saúde de muita gente. Os matadouros, que podem ser fontes de alimentos tão necessários para o homem, também podem se constituir num grande risco para a saúde da população, se não estiverem de acordo com as normas de Vigilância Sanitária. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, existem 200 tipos de zoonozes, enfermidades dos animais transmissíveis ao homem. A contaminação microbiana da carne é outro risco à saúde do consumidor, que se torna ainda mais perigosa durante a matança do animal, quando o processo não é feito atendendo aos cuidados necessários. É por essas razoes que a Vigilância Sanitária do Estado está atuando no sentido de orientar a população e cobrar mais atenção aos seus matadouros. A Vigilância orienta que a melhor forma de assegurar a sanidade da carne é o controle sanitário do rebanho, a criação intensiva e a construção de matadouros dentro das normas técnicas com inspeção, que deve ser realizada antes e depois da morte dos animais e das suas carcaças, bem como os cuidados na exposição e comercialização do produto. De acordo com o inspetor sanitário, o veterinário José Reinaldo de Moura, o índice de matadouros irregulares no Piauí é alto, o que pode comprometer a saúde da população. “Muitos ficam na zona urbana, o que não é permitido. É importante que as pessoas entendam a importância de se cobrar a regularidade desses matadouros, uma vez que todos acabam consumindo as carnes e se o processo for feito sem obedecer as condições sanitárias ideais, pode comprometer a saúde da população”, diz o técnico. Ele explica que um dos primeiros requisitos para a construção do matadouro é que o mesmo deve ser afastado da zona urbana, além de possuir abastecimento de água e ter um serviço de inspeção atuante. O piso, paredes, portas e janelas dos matadouros devem ser de materiais laváveis, todos sempre devem estar em bom estado de conservação, possuir banheiros em funcionamento, vestuário para os manipuladores, equipamentos adequados e suficientes para o manuseio, boa ventilação e iluminação. O matadouro ainda deve ser cercado para evitar a entrada de animais domésticos e ter um profissional veterinário para realizar as inspeções dos animais e carcaças. O lugar deve possuir áreas distintas para cada atividade. A sangria, por exemplo, deve ser feita de uma forma que garanta uma maior durabilidade da carne. “Até o transporte da carne precisa ser feito de maneira adequada, quando sai do matadouro”, explica José Reinaldo. É a Lei Federal de nº 8080 que inclui como atribuições do Sistema Único de Saúde a fiscalização de alimentos, água e bebida para o consumo humano, estabelecendo à direção Estadual do SUS, a competência de coordenar e executar ações e serviços de Vigilância Sanitária, além de formular normas e estabelecer padrões de procedimentos de controle de qualidade para produtos de consumo humano. A Vigilância ainda explica que as Vigilâncias municipais devem ficar atentas para essas questões, uma vez que prevenir é mais fácil e mais barato que remediar. “Esses procedimentos são simples se comparados aos tratamentos que as pessoas vão precisar passar se forem contaminados durante o consumo. Doenças como brucelose, aftosa, tuberculose, cisticercose, raiva são algumas das muitas doenças que podem levar até a morte”, destaca o veterinário, garantindo que a DIVISA está à disposição para esclarecer sobre as normas e a melhor forma de adequar e conservar os matadouros públicos. Mais informações: José Reinaldo - 9982-5269