As cidades de Guaribas e Acauã, pilotos do Programa Fome Zero, registraram quedas acentuadas no Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) de acordo com o recente levantamento da Secretaria Estadual da Saúde. Em Guaribas, o índice caiu de 41,7 para 14,7. Em Acauã, não foram registrados óbitos nesta faixa etária em 2007, reduzindo o CMI a zero. A forte redução acontece após sucessivos aumentos na mortalidade infantil nas duas cidades, registrados em 2005 e 2006. Em Acauã, o CMI em 2005 foi de 10,0, passando para 28,6 em 2006. Em Guaribas, o CMI passou de 37,0 em 2005, para 41,7, em 2006. Os números foram obtidos através dos sistemas de dados sobre nascidos vivos (SINASC) e óbitos (SIM), que são disponibilizados pelo Ministério da Saúde, mas alimentados pelos serviços de saúde de prefeituras e estados. O índice de 14,7, registrado atualmente em Guaribas, está dentro dos padrões exigidos pela Organização Mundial de Saúde por estarem em queda. A coordenadora estadual de Segurança Alimentar, Rosângela Sousa, declarou que o fornecimento de serviços básicos que refletem na saúde pública deve promover melhorias na mortalidade infantil e em outros índices do setor. Em destaque, ela cita a ampliação do sistema de abastecimento de água e do Programa Saúde da Família em Guaribas. “Antes da chegada do Fome Zero, toda a população de Guaribas tinha apenas uma fonte com água em péssimas condições para o consumo humano. Hoje, com água tratada e encanada em toda a sede e com quase todas as demais comunidades contando com o serviço, os moradores tiveram um enorme salto de qualidade, que devem refletir diretamente nos índices de saúde”, comentou Rosângela. Recentemente, devido ao aumento da mortalidade infantil em Guaribas e Acauã, o governador levou relatórios para a FAO, um fundo da ONU para alimentação, em busca de soluções para a melhoria dos índices registrados, mesmo com as investidas do Fome Zero nas duas cidades. O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) não deve ser usado em populações pequenas, segundo a Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), do Ministério da Saúde. O CMI é recomendado para análise da mortalidade infantil em grandes áreas geográficas, como países, grandes regiões, estados e municípios com populações superiores a 100 mil habitantes. Além disso, o CMI representa uma estimativa do risco de morte infantil, logo, está sujeito a imprecisões inerentes à técnica utilizada, principalmente em pequenas populações. Por exemplo, o CMI de Guaribas em 2006 foi de 41,7 devido a quatro mortes registradas. Como em 2007 foi apenas um óbito, o número despencou para 14,7. Mas, caso ocorresse outro óbito, o índice poderia dobrar e ultrapassar o padrão exigido pela OMS. Com base nesses pressupostos, renomados pesquisadores na área recomendam que os estudos nesses casos sejam feitos através das análises dos números absolutos.