No Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, será de alerta à população para os males do tabagismo passivo: a exposição de não fumantes à fumaça do cigarro. O tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e o consumo excessivo de álcool. Pensando em melhorar o ambiente de trabalho e dar mais qualidade de vida a funcionários e usuários, o Hospital Areolino de Abreu promove amanhã, 29, evento alusivo a data. A diretora do Hospital Areolino de Abreu, Márcia Astrês, explica que foi feito um levantamento estatístico entre os funcionários para detectar o número de fumantes. Os resultados devem ser apresentados amanhã durante a palestra do Grupo de Combate ao Tabagismo que vai ser instituído dentro do Hospital para auxiliar os fumantes a deixarem o vício. Os profissionais do Hospital que vão atuar do grupo foram capacitados pelos técnicos da Coordenação de Atenção à Saúde do Adulto/Idoso da Secretaria da Saúde para serem multiplicadores. “O ato de fumar está ligado à ansiedade. Como trabalhamos em um ambiente propício ao estresse e onde a tensão psicológica é constante, as pessoas acabem descontando a ansiedade no cigarro, um hábito nada saudável”, explica Márcia Astrês para ilustrar que o consumo de tabaco é alto entre os profissionais que atuam dentro do hospital e entre os pacientes também. “Por isso incluímos na programação uma parte lúdica que inclui o teatro para passar a mensagem entre os usuários de que o hábito de fumar não é benéfico”, afirma a diretora. O ambulatório foi o local escolhido para iniciar o trabalho de tornar o Hospital Areolino de Abreu um ambiente livre de fumo. As orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) estipulam que lugares públicos e ambientes de trabalho sejam 100% livres de fumaça do tabaco. Tais diretrizes devem ser adotadas pelo Brasil e pelos demais países que ratificaram o tratado internacional da Organização Mundial de Saúde (OMS) que pretende frear a expansão do tabagismo pelo mundo. As orientações da OMS determinam a proibição total do ato de fumar em recintos coletivos como a melhor prática para proteger a todos dos riscos do tabagismo passivo. Reforçam o fato de que ventilação e filtragem do ar não são suficientes para reduzir a exposição passiva aos malefícios da fumaça. A ciência já demonstrou que a fumaça de derivados do tabaco liberada em recintos coletivos é cancerígena e genotóxica para seres humanos e que não fumantes respiram os mesmos elementos tóxicos da fumaça inalados por fumantes ativos. Pessoas que trabalham onde é permitido fumar, ao final do dia, poderão ter respirado o equivalente a dez cigarros, o que aumenta em cerca de duas vezes o risco de infarto do miocárdio e em seis vezes o risco de câncer de pulmão. Garçons não fumantes expostos à fumaça em bares e restaurantes apresentam, em média, o dobro de chance de desenvolverem câncer de pulmão do que não fumantes, não expostos à fumaça ambiental do tabaco. Cigarro faz mal até para quem não fuma Os males do tabagismo passivo vão de irritação nos olhos, tosse, dor de cabeça e aumento dos problemas alérgicos e cardíacos até efeitos de médio e longo prazo: pesquisas nacionais e internacionais indicam que os fumantes passivos têm um risco 23% maior de desenvolver doença cardiovascular e 30% mais chances de ter câncer de pulmão. Além disso, têm mais propensão à asma, redução da capacidade respiratória, 24% a mais de chances de infarto do miocárdio e maior risco de artereosclerose. Crianças expostas à fumaça do tabaco podem desenvolver doença cardiovascular quando adultas, infecções respiratórias e asma brônquica. Os filhos de gestantes que fumam apresentam o dobro de chances de nascer com baixo peso e 70% de possibilidades de sofrer um aborto espontâneo; 30% podem morrer ao nascer. Durante o aleitamento, a criança recebe nicotina por meio do leite materno. A substância produz intoxicação, podendo ocasionar agitação, vômitos, diarréia e taquicardia, principalmente em mães fumantes de 20 ou mais cigarros por dia.