O trabalho foi realizado nas cinco maternidades públicas e amigas da criança de Teresina, com o objetivo de analisar os reflexos da iniciativa “Hospital Amigo da Criança” sobre os atores sociais (profissionais e mulheres) que a vivenciam nessas unidades de saúde. A tese “Reflexos da Iniciativa Hospital Amigo da Criança sobre os atores sociais que a vivenciam em Teresina - Piauí” foi defendida pela nutricionista, Carmen Viana Ramos, técnica da Secretaria Estadual de Saúde no início de setembro, no Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ, na Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher, na cidade do Rio de Janeiro. O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), em parceria com a Faculdade NOVAFAPI e Secretaria da Saúde. Foram avaliadas as mulheres assistidas por esses serviços e os profissionais que trabalham nessas instituições. No que diz respeito ao diagnóstico da situação de aleitamento das crianças de 0 a 1 ano que são atendidas nas maternidades da capital, os resultados revelaram índices de aleitamento materno exclusivo de 60,81% na faixa de 0 a 6 meses, mostrando-se superior aos dados revelados para a cidade de Teresina na última pesquisa de aleitamento, em 1999, bem como, quando comparado a estudos feitos em maternidades amigas da criança em outras cidades do Brasil. O estudo qualitativo realizado junto à mulheres e profissionais de saúde, revelou que o programa “Hospital Amigo da Criança”, implementado em todos os hospitais, necessita de ajustes que visem a melhoria da resolutividade do mesmo. “Embora os resultados alcançados tenham se mostrado superior aos relatados em outros trabalhos, ainda se encontra aquém das recomendações oficiais de aleitamento exclusivo até os seis meses”, explica Carmem Ramos acrescentando que as análises das falas dos atores sociais evidenciaram um descompasso entre o que é proposto pelo programa e a prática vivenciada pelos profissionais e mulheres. “Nessa perspectiva há de se compatibilizar os determinantes biológicos com os condicionantes do aleitamento como forma de se alcançar a transformação dos comportamentos em favor da amamentação no cotidiano da assistência em aleitamento materno”, declara. A tese foi escrita em formato de artigos, totalizando três, que estão sendo encaminhados a revistas especializadas. Um deles “Diagnóstico da Situação do Aleitamento Materno no Estado do Piauí-Brasil” já foi publicado no periódico Cadernos de Saúde Pública, volume 24 do mês de agosto de 2008. Por Sana Moraes