A lição foi dada. O Dia Mundial da Saúde Mental está sendo marcado no Estado por uma série de discussões sobre o tema. O objetivo é ultrapassar as barreiras que ainda hoje existem diante do assunto. De uma maneira bem diferente, o grupo de teatro do Hospital Areolino de Abreu mostrou que o portador de saúde mental não pode ser discriminado, mas sim ajudado. “O texto que nós fizemos foi baseado no sentido de elevar a reflexão das pessoas quanto a esses pacientes”, afirmou Gerson Santos integrante do grupo. É com esse mesmo objetivo que estudantes e profissionais da área de saúde estiveram reunidos hoje, 10, no auditório da Facime, para participar do evento que traz palestras como a do psiquiatra Cristóvão Madeira, cujo tema é Doença Mental X Saúde Mental: limites entre razão e a anormalidade. “Essa atividade faz parte de um projeto muito importante que é desenvolvido no país inteiro e que o Piauí abraça com muito carinho. Aqui nós apresentamos a parte das artes utilizadas no tratamento e um chamamento para um apelo de que, a pessoa com problemas mentais precisa de carinho, e o que pode intensificar esse problema é o afastamento da família e dos amigos”, disse o secretário de Saúde, Assis Carvalho. Palestras como a ministrada por Madeira é importante para o esclarecimento da sociedade. “Trabalhamos com a inclusão social dessas pessoas que é um processo bilateral, tanto os pacientes devem ser preparados para voltar ao convívio social, como a comunidade deve ter consciência de que essas pessoas podem viver normalmente”, disse a diretora do Hospital Areolino de Abreu, Márcia Astrês. Além das atividades realizadas em Teresina, também aconteceram no interior do Piauí, voltadas principalmente para a divulgação dos serviços de saúde naqueles municípios. “No interior foi feita uma mobilização junto com a comunidade para difundir a toda sociedade local, de que existem serviços eficientes de apoio à saúde mental através, por exemplo, do CAPs – Centros de Assistência Psicossocial, com atividades voltadas para as artes e terapias ocupacionais. Tudo isso faz parte do processo de humanização da assistência”, explicou a diretora. Quem participou do evento, aprovou a iniciativa. “Esse evento é de enorme relevância para a sociedade atual, por isso quando estudamos psiquiatria conseguimos enxergar o que antes não era bem claro, já que nos aproximamos da situação pela quais os pacientes passam”, disse a estudante de medicina, Maria Luisa. PRECONCEITO - Acredita-se que o preconceito ainda é o principal problema quando se diz respeito à saúde mental, devido principalmente à falta de informação da sociedade perante o assunto. “O preconceito existe em função da desinformação, muitas pessoas acham que eles são incapazes. Esse evento está sendo realizado justamente para levar informação, para que todos possam acreditar e respeitar o portador de doença mental”, afirmou Márcia Astrês, diretora do Hospital Areolino de Abreu. Por Cyntia Veras e Samira Ramalho