Com o objetivo de conhecer a experiência mineira na formação de rede de atenção à saúde, gestores e técnicos da Secretaria da Saúde e representantes do Ministério da Saúde estão em Belo Horizonte. Durante todo o dia de ontem, 30 de setembro, o grupo participou de seminários e conheceu os programas desenvolvidos em Minas. Hoje, 01 de outubro, os gestores seguirão para Montes Claros para conhecer a rede de urgência e emergência do Norte do Estado. A coordenadora do projeto de implantação da rede de atenção à saúde e assessora técnica da Secretaria da Saúde, Gorete Ferreira, explicou que o intercâmbio tem o objetivo de auxiliar o trabalho de implantação da rede que teve início no ano passado. No Piauí, o projeto piloto abrange 19 municípios, o que representa cerca de 160 mil pessoas. “Viemos conhecer um trabalho que está em um estágio mais avançado do que o nosso. Precisamos vencer a desintegração da rede, a falta de comunicação entre os pontos e a duplicidade de ações,” pontuou. A adoção de redes articuladas para estruturar os serviços oferecidos ao cidadão é considerada a melhor estratégia para organizar a saúde pública, pois produz significativas melhoras econômicas e, principalmente, sanitárias. Em Minas, o sistema de rede é adotado desde 2003. Nele a atenção primária é o centro da rede e se articula com a atenção secundária e terciária. Alem disso, no Brasil, a articulação entre os pontos de atenção é uma importante resposta para a atual situação de tripla carga de doenças. Cerca de 10% das causas de enfermidades e mortes são por doenças infecciosas, 15% estão relacionados às causas externas, provocadas pelos efeitos da urbanização, como acidentes e violência e 75% devido às condições crônicas. “De forma geral, o sistema público de saúde está voltado para atender as condições agudas, provocadas por doenças infecciosas. Porém, a maioria das causas de morte e adoecimento está relacionada às doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, que precisam de um manejo contínuo do paciente e não apenas uma intervenção pontual”, explica Eugênio Vilaça, consultor da Secretaria da Minas. Experiência Mineira As estratégias e projetos desenvolvidos em Minas têm, segundo a subsecretária de Políticas e Ações de Saúde da SES-MG, Helidéa Lima, o objetivo de tornar, até 2023, Minas uma referência. "Para o alcance desta meta, foi elaborada uma carteira de projetos, traçamos o caminho, desenvolvemos um plano estratégico para atingir essa visão de futuro", explicou a subsecretária. Na cartilha de projetos foram definidos, para a correta destinação de recursos e atenção, três tipos de programas: estruturadores, associados e especiais. Para os estruturadores, há prioridade na alocação de recursos estaduais e deles são esperados os maiores impactos. Um dos programas estruturados apresentados no encontro é o Saúde em Casa, que tem o objetivo de romper com a lógica de oferecer serviços de saúde somente para tratar doenças. Para alcançar esse objetivo uma das principais ações do projeto é incentivar, fortalecer e qualificar as equipes de saúde da família (ESF), ligadas às Unidades Básicas de Saúde (UBS). Hoje, com 3.911 Equipes de Saúde da Família, Minas é o estado que possui o maior número de equipes. Até 2010, a meta é atingir 4 mil equipes. O secretário adjunto, Antônio Jorge, destacou que a implementação dessas ações é possível devido ao princípio do Estado para resultados. “Utilizamos um novo modelo de governança, realizamos uma transição de um modelo burocrático para um modelo gerencial,” explicou. Urgência e Emergência Hoje, a equipe vai até a cidade de Montes Claros para conhecer a experiência do Norte de Minas na urgência e emergência, onde o SAMU Macrorregional do Norte de Minas engloba 86 municípios do entorno de Montes Claros e está em funcionamento desde abril deste ano. Para isso, foi realizado um investimento de R$ 50 milhões e compradas 38 ambulâncias.