A I Oficina Territorial das Diretrizes sobre as Diabetes, Hipertensão e Doenças Cardiovasculares e Renais Crônicas no Território do Vale dos Rios Piauí e Itaueira iniciará amanhã (22) em Floriano. O evento, que se estende até a quarta-feira, será ministrado no auditório do Hotel Rio Parnaíba, a partir das 8h. Com a oficina, a Sesapi quer capacitar 135 profissionais, entre médicos e enfermeiros da Atenção Básica dos 28 municípios compreendidos pelo Território, acerca dos protocolos clínicos, diagnóstico e tratamento das doenças e agravos crônicos. O evento tem a parceria do Ministério da Saúde na organização e capacitação dos instrutores. A intenção é que a partir dessa oficina o monitoramento dos casos melhore em toda a região, com a notificação correta no Sistema Informações da Hipertensão e Diabetes (SisHiperdia), criado para ser alimentado periodicamente pelos municípios e oferecer panorama da situação da saúde em todo Estado. “O SisHiperdia não é de alimentação obrigatória, então os municípios acabam por não priorizá-lo”, diz disse Vanessa Veloso, coordenadora de Atenção à Saúde do Adulto e Idoso. Segundo ela, deve constar no sistema casos de hipertensão e diabetes após avaliação clínica feita pelo médico da Saúde da Família. “O Sistema é de grande utilidade. Ele pode oferecer uma análise epidemiológica do município, ajuda no controle da dispensa de medicamentos e utilização de profissionais para o cuidado a esses pacientes”, complementa Vanessa Veloso. HIPERTENSÃO - A última pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde sobre doenças crônicas, a Vigitel 2009 (Vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico), mostra uma estimativa de 450 mil pessoas com mais de 18 anos que têm hipertensão no Piauí, o que significa em torno de 22% da população adulta do Estado. Em relação ao diabetes, as pessoas que se declaram portadoras chegam a 100 mil, o que corresponde a 4,9% da população adulta piauiense. “A atualização desse sistema de informações deveria ser o termômetro da situação real da doença no Estado, mas não é isso que acontece. A Diabetes e Hipertensão estão subnotificadas e os dados estão muito longe da nossa realidade, por isso a preocupação da Sesapi em ampliar as notificações”, alerta a coordenadora. No seminário será reforçada a necessidade de atualização do SisHiperdia em todo Estado. “Vamos mostrar como é necessária a atualização feita a partir dos dados da Estratégia da Saúde da Família e o adequado monitoramento das secretarias municipais”, disse Gisela Brito, supervisora do Programa Hiperdia. Em 2009 foram capacitados 29 tutores para o autocuidado. Eles trabalham diretamente com os pacientes, suas famílias e a comunidade, com ações que envolvem desde o incentivo à prevenção, controle da doença, prática de exercício até a alimentação adequada e o acompanhamento. Os tutores atuam nos municípios de Teresina, Parnaíba, Uruçuí e Caxingó. “Procuramos sempre conscientizar os profissionais e gestores sobre a importância do respeito às diretrizes clínicas, incentivo à prevenção e notificação correta no Sistema. É através das informações transmitidas que podemos elaborar estratégias de controle das doenças”, reforça Vanessa Veloso. O treinamento e a atualização dos profissionais e gestores da saúde estão entre as ações de controle de doenças e agravos não transmissíveis no Estado. As ações visam a capacitação de profissionais para melhorar procedimentos clínicos e o acompanhamento dos pacientes.