Flávio Moura Saúde e Justiça se reúnem para tratar sobre HAA Reunião discutiu a transferência de presos para o HAA

Representantes da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) debateram na tarde desta terça-feira (29), no Palácio de Karnak, os rumos acerca da saúde mental e sua correlação com o sistema prisional, com foco na situação atual em que se encontra o Hospital Areolino de Abreu (HAA). 

O encontro foi mediado pelo secretário de Estado do Governo, Freitas Neto, e contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Mirócles Veras, da gerente estadual de Saúde Mental, Leda Trindade, da secretária de Estado da Justiça, Ana Paula, da diretora-geral do HAA, Maria das Graças Martins, e de demais técnicos da Sesapi e da Sejus. 

"É preciso uma ação conjunta para que tenhamos um resultado mais eficaz e menos problemático para ambas as áreas, avaliando cada caso e os possíveis efeitos de uma transferência, de um retorno ao convívio familiar e social ou da permanência do preso/paciente. É delicado e por isso estamos nos reunindo para encontrar o melhor caminho", frisou Mirócles Veras.

Alternativas à situação crítica em que se encontra, por conta da lotação, o HAA, foram colocadas em pauta e avaliadas por todos, a exemplo da possibilidade da utilização de Residências Terapêuticas, Centros de Atenção Psicossocial, entre outras.

O HAA é a única unidade hospitalar do Estado para tratamento de urgência e emergência psiquiátrica e possui 160 leitos, estando todos ocupados. "São diversos riscos que corremos com a possível transferência de 42 novos pacientes do sistema prisional para o Areolino. Lá já estão outros 32 e com esse risco estamos expostos à possibilidade do Ministério da Saúde interditar a unidade hospitalar psiquiátrica", explicou Leda Trindade. 

O problema se torna mais complexo, segundo a gerente, por conta da existência de uma fila de pessoas com transtornos mentais que necessitam da atenção do HAA, que, por sua vez, está sob as decisões da justiça. "E as pessoas podem até nos questionar: 'e por que não fazer um novo e maior hospital psiquiátrico?'. E nós iremos responder que não podemos, porque a política atual da saúde mental é de tratamento com reinserção social e não com internação. Por isso o fechamento do Meduna foi uma conquista para a saúde pública do Piauí", completou.

Os problemas e possíveis caminhos foram pontuados e serão repassados ao poder judiciário, com a atenção do Ministério Público. "Acima de tudo, precisamos respeitar a política atual de atenção à saúde mental e estar atentos às diretrizes que nos são repassadas", finalizou.