A Clínica Ortopédica do Hospital Getúlio Vargas (HGV) realiza nesta quarta-feira (13) e sexta (15), as primeiras cirurgias para tratamento de escoliose de alto grau em adolescente com técnicas de correção antes não realizadas no Estado. O procedimento será realizado com ajuda de estudo neurofisiológico que avalia a instrumentação e correção das curvas durante a realização do mesmo. As cirurgias serão realizadas pelos cirurgiões de coluna Ayrana Soares, Anderson Carvalho e Wilson Rodrigues.

Uma das pacientes, a adolescente de iniciais M.E.F.G, 14 anos, sofre com o problema desde o nascimento. A avó, D. Maria José, explica que foram mais de 20 internações com problemas respiratórios que impediam M.E.F.G de ter uma vida normal. “Estou com esperança que dê tudo certo”, respira aliviada D.Maria.

De acordo com a ortopedista especialista em coluna, Ayrana Soares, a técnica de última geração, que só é usada em centros de referência da rede privada e, na rede pública, em outros Estados, agora será possível no HGV. “A escoliose é o desvio lateral da coluna vertebral, sendo a mais deformante das patologias ortopédicas, sobretudo quando há envolvimento da caixa torácica que deforma as costelas, pode comprometer as funções respiratórias nos casos mais graves, como é o caso das adolescentes”, explica a médica.

Ayrana Soares explica que serão realizadas ressecções completas da vértebra, por via posterior (vertebrectomia), permitindo a correção de uma deformidade que tem curva principal que mede 95 graus, “evitando complicações, com o passar dos anos, para o paciente”, destaca.

Conforme o cirurgião ortopédico, Anderson Carvalho, que também participa dos procedimentos, “serão feitos seccionamento cirúrgico (osteotomia) para corrigir uma deformidade na coluna vertebral. “realizaremos a fixação com parafusos pediculares e hastes para artrodese, também será utilizado potencial evocado sensitivo motor durante o procedimento, diminuindo assim os riscos de complicações neurológicas”, explica o cirurgião.

Para a diretora-geral, Clara Leal, esse tipo de cirurgia de alta complexidade é um importante avanço para qualificação dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde  (SUS) no Piauí.

Por: Fátima Oliveira