Identificar possíveis casos e alertar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento precoce, este é o objetivo do mutirão de combate à hanseníase que acontece neste sábado, 27, na Clínica Dermatológica do Hospital Getúlio Vargas(HGV). A atividade é uma parceria da Secretaria de Estado da Saúde, HGV e Fundação Municipal de Saúde (FMS) e faz parte das da campanha “Janeiro Roxo”, em que são reforçadas as ações de prevenção e combate à doença.

Para participar do mutirão, que acontece das 8h às 12h, a pessoa precisa apresentar a carteira de identidade (RG) e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Também é importante não esquecer o Código de Endereçamento Postal (CEP) da rua/avenida em que mora, para o preenchimento da ficha de participação.

Segundo o coordenador da Clínica Dermatológica do HGV, Jesuíto Dantas, pessoas com manchas amarronzadas ou róseas sem sensibilidade ao calor e ao frio e que não desaparecem devem participar. “Na avaliação, procuramos lesões sugestivas e fazemos testes de sensibilidade. Os casos diagnosticados como positivos serão encaminhados para tratamento. Inclusive no próprio HGV, um dos dois centros de referência de tratamento da doença no Piauí”, enfatiza o médico.

Ele explica que a transmissão acontece de uma pessoa doente, sem tratamento, para outra através das vias respiratórias (secreções nasais, tosses e espirros). “A hanseníase acomete principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. Os primeiros sintomas são alterações na cor da pele e perda de sensibilidade. Caso o diagnóstico seja tardio, a patologia pode causar incapacidade física”, pontua o coordenador.

De acordo com Jesuíto, o tratamento é gratuito e extremamente eficaz; feito com uma associação de antibióticos via oral, polioquimioterapia ou PQT, que é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). "O tratamento dura de 6 a 12 meses, dependendo do diagnóstico. Após o início, desaparece a possibilidade de contágio", acrescenta.Dados da Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, da Secretaria de Estado da Saúde apontam que o Piauí apresentou um aumento dos casos da doença em 2017. Foram 935 notificações, enquanto que 2016 foram 911 casos. Os dados mostram, ainda, que 631 desses casos, cerca de 67,5%, foram notificados já em estágio transmissível.

Para o presidente da Fundação Hospitalar do Piauí, Pablo Santos, a meta é reduzir a curto prazo, de forma drástica e eficientes, esses números em 2018. Para isso, continuam os mutirões e devem ser implementadas providências para aperfeiçoar os serviços nessa área e fortalecer as campanhas educativas sobre a doença. "Nosso objetivo é derrubar esses indicadores e investir em ações que melhorem o atendimento e conscientize os pacientes a procurar atendimento", explica Pablo

 Clínica Dermatológica do HGV fica na Rua Governador Raimundo Artur de Vasconcelos, Centro-Sul, em frente ao Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela (IDTNP).

Por Solinan Barbosa