Integrando uma das atividades da campanha “Janeiro Roxo”, a Secretaria de Estado da Saúde realiza amanhã (25) o Workshop Estadual de Hanseníase. O evento acontece às 8h no auditório da FACIME e tem como objetivo de capacitar secretários municipais de saúde, profissionais de saúde, estudantes de graduação, pós-graduação e comunidade em geral. 

O Piauí registrou 935 casos de hanseníase em 2017, representando um aumento em relação a 2016, quando foram notificados 911. Os dados revelam ainda que aproximadamente 67,5% deles, 631, foram notificados já em estágio transmissível. É o que aponta o Boletim Epidemiológico divulgado pela Coordenação Estadual de Controle à Hanseníase, da Secretaria de Estado da Saúde. 

As notificações mostram também que o Estado apresenta 29.1 casos para cada 100 mil habitantes, parâmetro considerado muito alto. Tanto a classificação predominante, do tipo multibacilar, e o parâmetro de detecção da doença (muito alto), chamam a atenção “para a necessidade de mais envolvimento dos serviços de saúde dos municípios em estratégias para o alcance do diagnóstico precoce da doença. Com a classificação multibacilar predominante mostra que existe focos da doença em atividade em todo estado”, alerta a supervisora estadual de Controle de Hanseníase, Eliracema Alves.  

Eliracema Alves enfatiza que, com a notificação dos novos casos, o paciente é direcionado ao tratamento, que é gratuito, e realizado nos 224 municípios, nas unidades de saúde.  Toda medicação é fornecida pelo SUS e após o início do tratamento, o paciente não transmite mais a bactéria causadora da doença.  

Os pacientes que estão num estágio mais avançado, com comprometimento de membros por não fazerem o acompanhamento pelas unidades dessaúde, são encaminhados para a clínica de referência em dermatologia, no Hospital Getúlio Vargas(HGV), no Centro Maria Imaculada ou para o Hospital Universitário, sendo acompanhados por profissionais referência para todo o Estado.

O Estado, junto ao Ministério da Saúde, trabalha a educação em saúde para população, campanhas de diagnóstico e capacitação para profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) além de dar apoio os municípios na busca dos casos de hanseníase. 

“O Piauí é um Estado endêmico para hanseníase, por conta disso, nossos trabalhos são voltados ao diagnóstico precoce. O Estado desenvolve um trabalho de busca constante a novos casos para melhorar os indicadores e condições das pessoas com hanseníase”, comenta Eliracema Alves. 

Hanseníase
A supervisora explica que a hanseníase é uma doença que atinge primeiramente os nervos, e em seguida, de forma tardia, as manchas. Essas manchas podem ser de coloração amarronzada ou rósea, são indolores, ou seja, não doem. Essas manchas têm diminuição de sensibilidade, são dormentes e que se não forem tratadas em tempo certo, precocemente, elas podem evoluir com incapacidades, deformidades. 

A hanseníase tem cura. O tratamento pode ser de 6 meses a 12 meses, de acordo com o diagnóstico. O tratamento é gratuito, pelo SUS, nos 224 municípios do Estado.

Programação do Workshop Estadual de Hanseníase
8h - Abertura
8h30 – Apresentação das Ações Desenvolvidas pelo Estado e Lançamento do Boletim Epidemiológico da Hanseníase do Piauí
9h10 – Avaliação do Projeto NIPPON/OPAS/Ministério da Saúde – Avanços, desafios e perspectivas
10h10 – Agenda de Recomendações para Controle e Eliminação da Hanseníase no Piauí
10h30 – Debate  
11h10 – Encerramento
Local: Auditório da FACIME 
Rua Olavo Bilac, 2335 – Centro – Teresina/PI

Por Denise Nascimento