Atendendo convite da Comissão de Educação, Cultura e Saúde, da Assembleia Legislativa, o secretário de Saúde Florentino Neto participou na manhã desta quarta-feira (22), de Audiência Pública para debater a regulação de leitos hospitalares na Central do SUS do Estado e do Município de Teresina. A Audiência foi proposta pelos deputados Teresa Britto (PV) e Francisco Costa (PT). 

A Central de Regulação de Leitos para Internações começou a funcionar em 2014. Na época, foi estruturado um núcleo Interno de Regulação para organizar o fluxo dos pacientes. No Piauí existem dois sistemas de regulação, um municipal e outro estadual, ambos com autonomia de funcionamento. Na reunião, os deputados sugeriram a unificação do sistema.

O secretário Florentino Neto explicou que o Piauí possui 104 hospitais, sendo 72 municipais e 32 estaduais. O número, segundo ele, é significativo e coloca o estado em situação de destaque no cenário nacional, ultrapassando, inclusive, outros mais ricos na quantidade de leitos disponibilizados para a população. Ele reconhece, no entanto, que no tocante a manutenção da rede hospital os recursos não são suficientes para custear o valor global investido no setor.

 “Os recursos cobrem de 16 a 26% dos custos dos procedimentos. A tabela está defasada”, alegou o gestor. Anualmente são destinados R$ 724 milhões por ano para média e alta complexidade. “Destes 26,9% são usados em todo o estado, o equivalente a R$ 196 milhões. Outros 21,2% dos recursos vão para 17 municípios com gestão plena como Parnaíba, Floriano, Piripiri e o restante, 51%, é gerenciado pelo município de Teresina para a parte hospitalar, ambulatorial e reserva técnica”, informou.

Segundo o secretário de Saúde, a descentralização da saúde pública para cidades como Floriano, por exemplo, que atualmente realiza neurocirurgias é bancada pelo Estado. “Aumentaram estratosfericamente os custos desses hospitais que são custeados só pelo Governo Estadual”, argumentou.

De acordo com números divulgados pela Sesapi, de 2014 para 2018 houve redução no número de transferências dos hospitais do interior para Teresina. Em Picos, houve uma queda de 81% no número de transferências para a capital nesse período.  Em Campo Maior, 72%, e 61% em Parnaíba e Floriano. “Em alguns meses, zeramos os encaminhamentos de Parnaíba para Teresina”, destacou o secretário da pasta.

Além de Florentino Neto, também participaram da Audiência o superintende da Fundação Hospitalar, Pablo Santos; os deputados Francisco Limma e Franzé Silva (PT); diretores dos hospitais  e dirigentes dos setores de regulação de leitos do Estado e de Teresina, além de pacientes do sistema.